sábado, maio 19, 2012


Por irrigar este semblante trazido em tua presença apenas preciso te buscar, qualquer sorriso reencontrado contigo me eleva a fisionomia.

Arado da poesia: solidão.

A palavra teve o chão para secar depois que te chovi desperdir-me.

O poeta haveria do nada. A alma conota este tempo passado que enlouqueceu-se de porvir. Sempre a termo uma palavra adia condoê-lo vazio.

Avistava o cortejo. Acalmaria o desejo de sair. Não sabia era ter laço com a tarde que ia sem corrê-lo dali. Perder-se podia menos passagem.

Querer ser lido esconde este medo do escuro. Foi assim desde pequeno quando eu não pude criar a luz com meus escritos. Não posso ainda.

Sei a exatidão aonde me aprisiono ser. Enquanto quis outra promessa de partida, a palavra vinha abrir-me tal incompletude: a de liberdade.

Depois que esperou, veio o tempo anoitecer-lhe o deserto. No dia livrou-se da bagagem, para que o vazio se ocupasse ao tamanho de sem lugar.

O melhor palpite acerta toda vez que releio o amor - este único poema que era escrito antes de me inscrever. Uma leitura dupla traz sorte.

Começar é tão preciso; mudar o perdido somente desobriga um lamento.

Tanta forma de querer e as pessoas ainda escolhem, desobedecidas, os limites de entender.

Paraíso deve ser efeito imaginado para existir o que não se consegue criar para si. Só a vida não basta extrapolar qualquer invento de ser.

Das lacunas mais incessantes de adentrar no eterno viver, tem a reciprocidade sinalizando que um caminho vale de ocupar-se em ir e recordar.

Os atalhos que não atravessei servem para eu percorrer menos a sua falta.

Alcancei o descontentamento de estar, quando dilatei o que não tinha. Buscar era regressivo caminho de não firmar. Ao querer, despendia-me.

Entendeu que no fim do dia teria que temer uma volta outra. Esquecia como quem podia desobrigar-se a ser. Acordar sempre oprimia o Universo.

As divindidades que me acumulam devotar sempre aliviam quando escrevo seus nomes: Saudade e Esperança. De quem são filhas, senão da Vida?