terça-feira, janeiro 31, 2012


Essa horinha de silêncio é bem mais que esperar pela paz.

Ao lado da fé minha vida parece encostar em Deus.

Ando esgotando o acervo de propósitos. Na vida, um pouco que miramos já é insuficiente para atingir. Chegar é contentamento desfeito sempre.

Só o tédio insiste comigo.

Se de repente não houver anteparo para o passo que sonho, devo resistir outra letra de livramento. Meu manifesto autoriza inventar desejo.

O amor é assim: um pedacinho que falta é sempre deste outro alguém que nos viva completar.

Mesmo que o alívio acontecera na pressa vã de um tempo perdido, tive memória repetindo a espera que escondeu longe meu respiro sem chegada.

O mundo está entupido de palavras que não andam dizer. Mas para o menino, que correu atrás da pipa caída, o chão sobrou de falar que perdia.

Renuncio este escrito para que poema venha alcançar o espaço de um azul. Nenhuma letra me encostaria assim tão longe. O azul repete a vida.

Dor deve ter exato tamanho que uma esperança inventa de nascer um outro sonho. E não acordo para vivê-lo novo. Só sei do que a dor me meça.

Digo que sou um mero contentamento com o mundo. As coisas pendem os desafios que esqueço no bolso. O mundo gira, eu não saio do mesmo lugar.

Este pouco de sonho já me alcança o que o futuro demora a trazer.

sexta-feira, janeiro 27, 2012


O poema perfaz o que de travessia um poeta não termina de chegar.

Sinto falta do que somente as pessoas me provocam acreditar.

Faço grandes aventuras no entupimento que a alma me arrisca vencer escrito.

Espero as manhãs depois da chuva. São eternas quando enfeitiçam um pássaro a bicar-se duplo no espelho de uma poça d'água. Ali o belo dobra.

Poesia depõe no descontentamento das palavras. Essas dores vêm para conter-me inscrito de revelação. Só as palavras reentram o não-dizer depois de escrever.

No raso de um apelo sempre o medo. Tirano revoga o que o desejo insiste, em apenas suplício de nos incutir atravessamento. Temente a passeio zomba de mim.

Aventei com um livro quem de nós iria mais passear antes de viver. Ele escrito tem bem mais gente que o entenda. Eu ainda não me deixei lido.

terça-feira, janeiro 24, 2012

O azul eterniza um horizonte para viver.
Enlouquecer desvia o que as palavras trilham em eixo governado. A poesia inveja: intenta demolir no poeta tantos caminhos por puro desanexo.
Não há empecilho em desabitar as coisas incontidas.
A rua deve sangrar os destinos que traspassados não souberam acontecer.
Para replicar a alegria de estrela nascendo é que amparei poesia no estado de excretações. Lá ninguém haveria de crer tanto quanto eu quis.
Acertei de arrostar as manhãs ao modo que um pensamento distrai depois de esquecido.
Dia em falta, vida desarmada de posses. Hoje é tão tarde. O sertão anda me tomando para pouco acabar. Ter não tem volta.

segunda-feira, janeiro 23, 2012

Um nome antepara modo que para existir algo evoca. Todo traço escrito presentifica o Universo resistir.
Para os tempos derivados de barragem, mais servem os lenços que me devoram confissões e não demoram quando gentilmente me possam esconder.
Perfeição não serve para conter beleza no tom de imenso: somente a paz é que ornamenta qualquer forma de enfeite desde o minúsculo.
É harmoniosamente miscível viver de poesia e não me alcançar outro fim de existir.
O pensamento afasta fronteira se inculca depoente de me extrapolar.
Inventar retém milagres na abrangência do vazio. Do escasso ao acaso me ilumino.
Aprendi saber apetrechos para pertencer.
Quando me ausento do verbo, esqueço-me recolhido na canção.

sexta-feira, janeiro 20, 2012


Ando me aprimorando de pássaro. Vez que o dia vem requerer poema com liberdade, eu saio pousando de asa pra aceitar.

A curva do céu serve de descontentamento para árvore se pássaro não vem adormecer.

Minha poesia não há remédio. Doença com que me escrevo é nostalgia.

Recomeço é um destino que rompe na irrelevância de mato.

O ninguém tem muita gente.

Desde um inevitável ser o céu me ensinou a chover de palavrório.

Sequestro os tempos que as pessoas desobedecem reter. Escritos residem de deixar o eterno perdular. Assim crio Lei.

Um rosto ocupa todo território aonde um coletivo de aves sabe reajuntar. Vôo ou sorriso preenchem de morar.

quinta-feira, janeiro 19, 2012

Depois que não calei enfrentado dei de conter fronteira com a razão - eu então me entendi inalterado para extravios.
Um pássaro me aninhando de nuvem tem mesmo efeito quando me atrevo essencial para o ar.
O azul derramando a manhã é testemunho que a vida decompõe-se para além de uma só cor. Eu decido quando o mar vai colorir de lugar com o céu.
Um pássaro me aninhando de nuvem tem mesmo efeito quando me atrevo essencial para o ar.
Hoje choveu recolhimentos. Não sabia se era pra pertencer que a chuva vinha. Mas arrisquei acolhê-la testemunha de minha espera sem fim.
São miscíveis o ninho de passarinho e um colo de mãe. Porém vão estouráveis o apelo do vôo e a saudade depoente no vazio. Voltar remistura.

terça-feira, janeiro 17, 2012

Se ainda espero é porque nunca me despeço da infância.
Faço destempero de inverter a palavra: repito caber encontro no meio escondido de um verão passado. Meu desejo some quando reaqueço falar.
Não trairei a que vim, propósito é o caminho perdido de irromper. Viagem leva o que o sonho impulsiona ao deixar velhos restos - esquecidos.
Uma pessoa quando imprime, deixa sua lida no elevado da memória. O que eterniza olhar tem aceite com os monumentos que não encontra tombar.
Vou descarrilando camadas dérmicas que pesam: medo, destino, espera, até o vazio. Padecia até que veio este escrito me ensinar a descaber.
Novo espetáculo tem aberto dia na leveza da saudade. Poesia faz enredo que meu sorriso atua de agrado. Viver deve criar a estrela de alegria.
Apenas continuo num sentido reembolso de encontrar.
Te devolvo suplícios de poema, quais reatam sussurros incontidos de vazio. Escrever faz agouro que uma sombra irrompe a voz com silêncio.
Tinha sua quantidade de paz, desigual com a de gente que ele deveria cultivar. Mas era tarde, sabia menos se perder nos desperdícios da vida.
Um dia enlevo com antigos cortejos, deixo revoando os mesmos sonhos despencados que não foram. Pensar é uma forma de dançar antes do fim.
Ao depor pedra, envolvê-la presente. Depois o grão, este mesmo efeito que detenha arremesso. Versos que descarto ocupam minúscias de não ter.
Teu sorriso fez nação com o fruto - aquele do quintal, tão remetido ao amanhã quando fugi. Reparti-los seria um outro país a caminho de casa.
Qual a saída para um desejo que remonta escoar? Acontece de subverter a ordem do ser. Poesia admite. Desejo perfaz sobra para depois voltar.
A música é o que transpira de inspirar.
Someday I hope there's so much joy just for look at an another open window. In spite of this just try to create other world out there to see.

segunda-feira, janeiro 16, 2012

O amor opera desconstruções sempre pungentes de desejo.
A flor de sensibilidade desabrocha no ponta dos dentes.
A poesia preenche o que sem a vida não sabemos dizer.
Pra que a serventia de tanta beleza, se as pessoas resolveram vazarem tão vazias de si mesmas, a cada vez que fabricam a mesma capa numa academia de esquina?
Se gostar de poesia fosse o requisito para a amizade, essa seria lírica; mas menos infinita.
Escrever, verbo transitório.
A morte é a travessia do silêncio.
A natureza reconcilia um pedaço de Deus que no homem faz dizer.

domingo, janeiro 15, 2012

Tudo tão de repente é mero instante perdido de uma vida, que sem infinito desperta.
Estes dias tão bons de crescer perduram a fé.
Permanece em nossas costas a marca, registrada por Deus, de que haveríamos de precisar uns dos outros.
Quando for retirar a dor, faça viver uma semente de crer que no dia algo infinito também nasceu ao olhar.
Hoje o dia festejou de saudade o que era movimento incontido num espaço infinito de gostar.
Todo amor demora o tempo de um infinito reter.
A vida desafia um espaço recriado ao infinito de se achar.
O luto é a travessia do solitário para nunca mais voltar.

quinta-feira, janeiro 12, 2012

Na vida a gente desobedece o que engana. O desejo é caminho que acende mesmo se nos devolve cego.
 Reciprocidade é uma palavra que ainda não encontrou escola para ser ensinada aqui na redondeza da humanidade.
Hoje eu espero o que me remete acometer são.
O fetiche tem proporções que a razão desebodece.
A gente passa a vida inteira sem nunca deixar de ser só.
Cada cor reconta do ponto que se deixa guardada no mundo de revirar e ver.
Coisa bonita no mundo é a companhia que uma pessoa pode fazer na vida da outra.

quarta-feira, janeiro 11, 2012

Cada cor reconta do ponto que se deixa guardada no mundo de revirar e ver.
A mesma memória sabe me aprender vão. Ao lado, tenho palavra de me estampar lido. Tudo pela poesia desfaço é o que termina quando insisto ir.
O tempo remonta os caminhos idos, faz durar amanhã este atalho quisto que me deixei arriar. Vou ruir o chão no passo desdito: repoesia.

De cabeça vazia lia poesia. Versos eram arranjos de flores para enfeitar as ideias.
Sentir é um tanto de mar que revolta por dentro.
Tempo do querer dura mais que o coração.