quarta-feira, abril 25, 2012


Encantamentos possuem gotas de olhar que a memória festeja vestir.

Num dia cumprido de adiar-se, ele esperava o trem que voltaria ao início da partida. O tempo não competia acompanhar-lhe fugidio

As palavras menos sentidas figuram espaços ocupados pelo saber. Só as derivadas com arrimos de se perder queiram nos existir.

Só a poesia pra me educar ao tamanho de ser. Mas nesta lição aprendo levar quem me ensina o lúdico jeito de também se importar.

O corpo venera ardor já esquecido num tempo inverno. Melancolia não abre outro tempo de aquecer o clima. Talvez a memória retenha faíscas.

Ao vestido debutado, mais neblina antes da valsa. Dançar não poderia carregar a espera de convite. Se ele pedia, tirava todo o chão.

Desde o infiniito que atingi de escrever, tive esta poesia átomo pra cadenciar explosão - que nenhuma bomba de hidrogênio me tiraria o ar.

Cabeça requenta quando o pensamento quer fugir com o rio. Mas a mente não acompanha a certeza de fervura. Talvez só a calma delire menos.

Virtude é coisa que dá na gente: querer o simples para nomear de belo.

O peito carrega o melhor com a gente, dentro, sempre, inteiro.

O destino é amigo quando sentencia que eu deva me recriar.

Cansei de sua ausência me escrevendo. Quero um poema que me desvenda reeditar cheio de ti. Eu era tão gigante quando me lia te fazer ouvir.

Eu só quero saber se você volta antes de eu me lembrar que nunca sei ir sem te esperar.

sábado, abril 21, 2012


Os pensamentos corroem tão alto que tem vez de um avião colidir comigo.

Comia o doce que sempre faltava. A doçura fugia carregada pelas formigas. Só os dentes lambiam o açúcar nos grãos de bem-querer.

Não tenho os olhares que fotografei, guardo uns pedaços de querer que a luz me deixou prender pra nunca esquecer. Possuir não enfeita a beleza.

Para alguém que entende o alcance de alegria, tem sempre um sorriso no rosto guardado de um amigo.

Pra que esta letra tão grande, poetinha? - É pra te sentir melhor, coraçãozinho.

Profissão de poeta não se exerce regida pela CLT. Ofício de poesia manobra o que faz chover. Alegria ou fé são indústrias para a escrita.

A mão só deveria ao deleite de defenestrar mais um dia com esquecimento. Ele ia arremessado ao que a janela não avistava acabar.

O mundo condóia à medida que o despertava morto dentro de mim. Todo dia a dor vinha; era a vida que não encontrava para partir. Restei aqui.

Por favor não traduza seu olhar para mim; deixe-me atravessá-lo neste completo estrangeirismo.

domingo, abril 15, 2012


Aquele que não se pronuncia não pode ser dito.

Desde pequeno, os raios de luz me acompanham ver para sonhar. O mundo apenas surge nas imagens refletindo aonde pelo céu me ilumino procurar.

Sua luz irradia tão simples que contagia o que quero ver.

Só a ternura alinha as gavetas para eu desentupir guardados de toda dor.

De finas regalias partilhadas uma amizade aceita acreditar na vida.

Um amigo contou que o humor levantava o astral. Temia que saltando de gargalhada fôssemos bater ao teto todo embalo nas bolhas de alegrias.

A escassez no mundo atropela qualquer pedido de agradecimento.

A paz traz governo eleito pelo silêncio.

Esqueço pedaços de mim no que desperto escrevinhar. Coisa que levo é assalto de memória para entreter-me uma obra-prima inacabada.
A alegria que te ouvi aqui será que mora de fazer a paz inventando companhia? Sei que leio seu coração rindo comigo de saudade.

sábado, abril 07, 2012


Presente para o dia encontrar apenas beleza tanta foi conhecer um alívio de seu olhar tocando-me te querer riso. Um reino de pessoa à vista.

Dos medos apenas o dejeto de voltar uma palavra desentendo vagar, por onde o olhar distrai sem alcançar-me reescrito.

Herdei escassez quando me desfiz esquecer um sorriso. Depois embrulhei nuvem numa lágrima, era vez que renascia eternizar pois ainda senti.

Preciso do verso no alcance do mesmo dia a repetir vazios me saindo futurismo. O que espaço para destinos escrevo num enchimento de amanhã.

Queria um poeminha ido borboletando a sombra que as palavras tumultuavam se não festejei rimá-las. Os sons dão asas paras o sonho cantar.

Pétalas suavizam o olhar se decair por onde apenas a beleza silencia.

Sempre cor, sempre alcance de perceber. Sempre ir, sempre o lugar de não ter.

Nos arredores que te acalmo de me pertencer, cerco que o passeio sempre embola teu desejo com meu pedido.

Para o que irradia a paixão: repetição.

domingo, abril 01, 2012


No sertão tem sempre uma árvore remoendo o tempo que tudo resseca.

Os barquinhos, que naveguei às primeiras ondas de um livro, recolhem ainda hoje a maré que veraneio ancorar. As letras me embarcam velejar.

Só a poesia convulsiona com os excessos antes de tremê-los.

É uma liberdade inventar a vida que nos teremos vivido para devir.

Oceano tem destino de afundar a saudade âncora que um amor carrega para poder embarcar flutuando.

E depois que um vento recolhe a cor da manhã, tem este momento todo de repetir meu silêncio. Só o vento leva longe as vozes que me percorri.

Para que a alma recubra de leveza, uma palavra nasce com deslize de sorrisos. Falar leve traz elevações com o vento destino de bem-querer.

Ganhamos mais à espera do que não acontece, do que na vigília sobre o que se perdeu. Viver refaz esperança para adiar motivos.

Aos deleites que o tempo repõe, o melhor é estar liberto só de acordar.