domingo, agosto 05, 2012


Quando criança, enganava os raios de sol para brincar alguma vida. Crescido, estes raios recobram para iluminar qualquer lida.

Reencontro o modo de pertencer silêncio a te confessar quanto espero. Escrevo versos desobrigados de rima, desta forma te sei amar sem mim.

Nos dias de chuva um pé de laranja teve fé de abrigar olhinhos meus escorridos.

Pistas são olhares entreabertos que me ensinam os lugares de te esperar.

Devo às pausas de uma lágrima, este mapa para um recomeço de espetáculo. Depois das águas, o mar virado sertão perfaz guia para poesia.

Ah Drummond... O que me combate a memória, são que as coisas infindas estas as mais lindas!

Para encontrar na vida um motivo de sonhar acordado, levo o acesso sonhador de poesia. Viver sonhos abertos canaliza minha memória desperta.

Aonde descarrilo as lembranças que te preciso, faço do mundo um testemunho arredor de te ver encantar. Tudo existe de te compor ressentido.

Eu gosto tão honesto dos ritmos que me desobedecem acertos. Enquanto erro reabro os dejetos dentro d'alma que ainda me impedem resistir são.

sábado, agosto 04, 2012


Reguei o azul com o respingo suave de seu sorriso. Te ouvir entusiasmo repinta o pano do céu, que te embalo de gala para um desfile chuvisco.

Ensaio guardar das horas a marca que sentindo o compasso alarga-me. Indo, ao tempo porvir, fazem companhia ao ritmo que me deva sossegar.

Há desamparos pelas horas que as palavras infinitam nenhum dizer. Eu quem demoro alívio por recontar tempos resquícios de nova fala.

Jazigo as vezes que repeti esquecimentos por muito brincar. Agora, invento palavras que renascem do mesmo desejo - o de querer restar dito.

Esperadouro é palavra que testemunha a tradução de minh'alma querendo ser localizada pelo tempo. O coração sabe aonde me guardo permanecido.

Procurei as estrelas para caberem numa caixinha. Mas o presente não poderia esconder o brilho desta alegria.

Só tenho a poesia para enfeitar os momentos que não sonhei.

Tendo o mundo, os arredores perdiam o chão naquele lugar aonde não voltava morar. Passar doía seu tanto de ter saído na vez de esquecer.

Ninguém poderá ausentar-lhe a luz própria de querer-se feliz.

Herdei a latência de rotinas que insistiram em realçar angústia nos desesperos tão repetidos de me restar vivo.

Alcance com o destino a delicadeza de fé. Para que indo, possa entender os rumos que a lida nos enleve ocupar fortes mesmo que falte crença.

Aprendi que saudade é recolhida por despertencimentos, se os sentidos não devam apego até trazer o desejo que não finde perder-se a regresso.

Sou da mesma natureza que um pássaro recente encontra queda após o ninho vazio.

Te empresto meu acordar, tão cedo que os sons venham despertar o fundo dos olhos. Lá posso perder-me de vista por te ouvir chegar.